O pobre sábio citado em Eclesiastes 9:13 a 18

Eclesiastes 9:13 a 18
Pensando sobre as obras e destino humano, Salomão registra em Eclesiastes um caso específico que lhe chama a atenção:
Também vi este exemplo de sabedoria debaixo do sol, que foi para mim grande. Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, sitiou-a e levantou contra ela grandes baluartes. Encontrou-se nela um homem pobre, porém sábio, que a livrou pela sua sabedoria; contudo, ninguém se lembrou mais daquele pobre.
Olhando para este caso, parece um desestimulo querer viver de maneira sábia. O que adianta? Ninguém vai perceber... vou cair no esquecimento mesmo!
Ainda mais desanimador quando consideramos o contexto deste mundo na qual estamos inseridos onde a crueldade e a injustiça predominam. O escritor observa:
"Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade e no lugar da justiça, maldade ainda. Então, disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso; pois há tempo para todo propósito e para toda obra. Disse ainda comigo: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus os prove, e eles vejam que são em si mesmos como os animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade. Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão." 3:16 a 20

 

Salomão faz uma análise bastante realista, fria e desesperançosa sobre a vida humana "debaixo do sol", ou seja, ele se restringe a observar e ponderar como as coisas funcionam neste mundo injusto e cruel. Observa, por exemplo, como o homem sem Deus e sem esperança corre atrás de um propósito para sua vida vazia. Como este homem procura motivação em coisas vãs como o materialismo, o hedonismo e o intelectualismo ... inutilmente! É tudo vaidade, conclui o pensador. A humanidade passa a vida correndo atrás do vento, daquilo que não vale nada. Nós somos humanos e estamos presos neste mundo. Somos testemunhas da vaidade humana. Assistimos diariamente as abstrusidades que o bicho homem produz contra o meio em que vive, contra o próximo e não percebe que faz contra si e por causa de si mesmo. Não neguemos os fatos: eu e você não estamos fora disto. Somos humanos. Estamos presos neste mundo. Seguimos todos o mesmo destino. O escritor declara:
"Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao perverso; ao bom, ao puro e ao impuro; tanto ao que sacrifica como ao que não sacrifica; ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento." 9:2
Crueldade de Deus? Não. Conseqüência do pecado. Ele ainda observa que as oportunidades que esta vida oferece não são necessariamente distribuídas de forma justa, igual a todos:
"Vi ainda debaixo do sol que não é dos ligeiros o prêmio, nem dos valentes a vitória, nem tampouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a riqueza, nem dos inteligentes o favor; porém tudo depende do tempo e do acaso." 9:11
Por mais que você busque, corra atrás, estude, se esforce, nada disto é garantia de sucesso. Pior ainda, não tem como saber o dia de amanhã:
"Pois o homem não sabe a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede traiçoeira e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enredam também os filhos dos homens no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles." 9:12 
Calma, não se desespere. Mesmo em meio a todo este caos em que estamos inseridos, há algum lampejo de esperança, afinal Deus ainda não desistiu de nós.
Salomão observa no caso que lhe chama atenção:
Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra, mas um só pecador destrói muitas coisas boas.
Embora a maldade reine neste mundo injusto e cruel, embora a maldade de um só possa destruir muitos, viver de maneira sábia ainda é melhor.
Então, disse eu: melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre é desprezada, e as suas palavras não são ouvidas. 
As palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem governa entre tolos. 
Este caso que Salomão conta não é uma parábola, aconteceu de fato. Os personagens são reais. Este homem pobre e sábio existiu mesmo. O seu apelo é que persigamos a sabedoria como estilo de vida. Mesmo olhando a vida simplesmente por esta perspectiva, "debaixo do sol", sempre haverá mais de uma maneira de se viver. Há o sábio e há o estulto. Um traz benefícios para o seu meio e o outro cumula malefícios. Infelizmente, como temos observado, o estulto prevalece e o sábio nem sempre é honrado como merece. Aliás, quase nunca é. Principalmente se for pobre!
Desesperador? Pode ser. Mas Salomão não nos deixa esquecer que estamos olhando sob uma perspectiva terrena, humana. Mesmo que você assuma este estilo de vida, não espere muitos aplausos do mundo. Aliás, nenhum aplauso. Principalmente se você for pobre!
Somente no final de seu livro, no último parágrafo, o escritor conclui:
“De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más." 12:13 e 14
A forma como vivemos e agimos no nosso dia a dia, mesmo quando achamos que ninguém está observando, será considerada por Deus no nosso juízo. Não que de nossas obras dependa a nossa salvação. Mas precisamos considerar que, como Salomão escreve em outro lugar:
"O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino." Pv 1:7 
Podemos e devemos procurar andar de maneira sábia, pois isto certamente refletirá em grandes benefícios para nós, para o meio em que vivemos e para o reino, e lembremos ainda que nada do que fizermos será esquecido por Deus, quer seja bom quer seja mau.



Fonte: www.webartigos.com


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